Estamos vivenciando a era do culto ao corpo. Os valores atuais indicam que para ser belo os rapazes devem ser esbeltos, fortes e musculosos e as mulheres magras com formas definidas, rígidas e arrendondadas. No entanto a realidade da maioria das pessoas não corresponde a esta realidade imposta pela ditadura do corpo perfeito.
Assistindo TV, Folheando revistas, olhando vitrines, ouvindo rádio e em nossas conversas do dia-a-dia, o corpo e a beleza aparecem como assuntos rotineiros. Há sempre alguém querendo mudar “aqui ou ali” para parecer mais jovem, mais magro, mais elegante, buscando a perfeição dos corpos das modelos que são mostrados nas revistas, jornais, Internet, televisão, etc., como padrões, que podem ser entendidos como uma forma de “ditadura”, pois levam mulheres e homens a lutarem contra o tempo e a balança para se sentirem aceitos pela sociedade e em seus círculos de relações. As pessoas buscam, a todo custo, enquadrar-se em padrões de beleza, numa tentativa de recuperar a auto-estima perdida pela comparação com os próprios padrões estéticos tornando-se um círculo vicioso.
O sentimento de inferioridade aparece porque a pessoa não se ajusta ao que é tido como belo. Daí, vem a obrigatoriedade de se adequar ao modelo, mas nunca se chega à satisfação. Mesmo chegando ao estágio ideal, há sempre a ameaça de perder, de voltar a engordar, de envelhecer. Outro problema gerado pela ditadura do corpo é a inibição daqueles que não se enquadram nos padrões. As pessoas se retraem porque não acreditam que possam despertar interesse. Isso é uma visão distorcida da beleza, a partir de nossas vivências, criamos preferências. Então, com base nelas, nos aproximamos daqueles que consideramos belos. No mundo moderno, porém, as predileções individuais foram anuladas. Com a padronização estética em alta, as pessoas quase não se expressam com autenticidade. Muitas vivem retraídas por não serem como a sociedade diz que deveriam. Por isso, se fecham em seus complexos de inferioridade ou se matam nas academias. Além da baixa auto-estima, o culto ao corpo pode estar trazendo problemas patológicos. As doenças ligadas à falta de alimentação, como anorexia e bulimia, são cada vez mais freqüentes.
Outro mal, este causado pelo excesso de ginástica, ainda é pouco conhecido. Enquanto malham, as pessoas liberam uma substância relaxante, a endorfina, que provoca uma sensação de bem-estar. já existem alguns estudos sobre os seus efeitos entre os adeptos das academias. A malhação excessiva estaria criando uma dependência de endorfina. Por isso, o que era saudável pode virar um vício.
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