As crianças portadoras da síndrome apresentam 47 cromossomos
no núcleo de cada célula ao invés dos normais 46 herdados do pai e da mãe sendo
23 de cada um. Os cromossomos contêm a herança genética e o extra localiza-se
no par 21. A identificação da criança com a
síndrome é feita imediatamente após o nascimento, confirmando as probabilidades
já sabidas durante a gestação através de exames feitos entre a 8ª e 11ª ou 14ª
e 16ª semanas de gravidez respectivamente, amostra vilocorial e amniocentese. A
ultra-sonografia e alfafetoproteína materna feitos durante a gestação também
ajudam no diagnóstico.
Para os profissionais que vão
trabalhar com essas crianças é preciso conhecer muito bem as características
físicas para melhor executar o seu trabalho, são elas: Olhos pálpebras
estreitas levemente oblíquas com prega de pele no canto interno chamadas de
prega epicântica. Íris pequenas manchas brancas chamadas de manchas de
Brushfield. A Cabeça geralmente menor e a parte posterior levemente achatada.
Boca pequena e muitas vezes se mantém aberta com a língua projetando-se para
fora. Mãos curtas e largas. Musculatura de modo geral mais flácida. Orelhas pequenas
e conduto auditivo estreito. Dedos dos pés geralmente curtos com espaço maior
entre o dedão e o segundo dedo. Algumas crianças têm pés chatos.
É
importante lembrar que não existem diferentes graus de Síndrome de Down , As
crianças maiores vão ser mais ou menos desenvolvidas de acordo com as
oportunidades dadas pela sociedade durante o seu crescimento. Elas se desenvolvem
de maneira bastante semelhante às crianças normais, porém com um ritmo um pouco
mais lento.
Os Profissionais de Educação Física cuidarão do desenvolvimento psicomotor em
cada etapa da criança. A hipotonia é uma característica presente desde o
nascimento e tem origem no sistema nervoso central afetando toda a musculatura
e os ligamentos da criança. Espontaneamente tende a diminuir com o passar dos
anos, mas essa recuperação pode ser acelerada com estímulos adequados desde o
nascimento. Como toda criança, as portadoras da Síndrome irão controlar a
cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, ficar de pé, andar, correr, saltar
e arremessar, exceto se tiver outro problema além da Síndrome de Down. Elas
irão brincar e explorar toda variedade de movimento dominando o equilíbrio, a
postura, a coordenação motora e a noção espacial desde que tenham espaço.
Portanto, as crianças com Síndrome de Down precisam de cuidados, não de
exageros a ponto de deixá-las isoladas do mundo.
Os professores de Educação Física
, devem enfatizar: o equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estruturação do
esquema corporal, a orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos
posturais e os exercícios respiratórios. As brincadeiras na areia com diversos
tipos de material estimulam a sensibilidade e a criatividade das crianças.
Outras brincadeiras comuns na infância tais como pular corda, jogar amarelinha,
jogos de imitação, brincadeiras de roda, subir em árvores, caminhadas longas,
brincar no parque no balanço, escorregador e gangorra fazem parte do estímulo
psicomotor global. Claro, tudo tem que ser acompanhado de perto, mas sem
interromper a criatividade e a audácia da criança. A interferência só deve
existir quando houver risco à saúde ou de vida, mesmo porque não dá para prever
o quanto cada uma irá desenvolver.
Erroneamente no passado essas crianças eram rotuladas como
deficientes mentais e hoje se sabe que elas apenas têm um desenvolvimento mais
lento. Elas devem ter acesso à atividade física regular. As crianças com Síndrome de Down se desenvolvem normalmente
se acompanhadas, tratadas e estimuladas desde cedo. Vários trabalhos mostram
que as respostas fisiológicas induzidas pelo exercício físico são semelhantes
às não portadoras e a expectativa de vida aumentou a partir do acesso à
informação ajudando a quebrar o preconceito.
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